• Frase da Semana :
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  • Ao final, não esperem uma verdade absoluta, pois terei que infelizmente lhes informar que não há. - Amanda Lemos -

sábado, 25 de janeiro de 2014

Deixo meu "parecer" ...




Recentemente, em uma "prosa" com um amigo, discutíamos sobre populismo e suas inúmeras vertentes e sequelas. Ao fim, chegamos em posições diferentes, mas ambas atendendo a nossas fiéis opiniões... Deixo a vocês aqui minha breve ( e um tanto "leiga", eu diria) opinião sobre o assunto.

Vamos refletir.


O populismo tem suas raízes no nacionalismo, derivado da influência de governos fascistas como se percebe em Portugal, Argentina e até Vargas, no Brasil, era muito adepto das idéias de Mussolini.

Durante as décadas de 1940 a 1960 alguns governos populistas na América Latina destacaram-se como Perón na argentina, Cárdenas no México e Vargas no Brasil que teve seu populismo derivado do “clientelismo” na Primeira República brasileira (1889-1930).

Atualmente, fala-se em “Neopopulismo”, um “novo populismo” que diferente do populismo das décadas anteriores baseado em uma política nacional-desenvolvimentista apoiado por uma burguesia industrial nacional, o "neopopulismo" busca aproximação nas classes urbanas e rurais marginalizadas.

Devido a uma política neoliberal que se instalou no contexto mundial em que prega o Estado-mínimo, integração de mercados e globalização, houve desarticulação de sindicatos e por esse motivo diminuição da mobilização efetiva de classes.

Destacam-se, na atualidade, governos populistas que são e ficaram marcantes como, por exemplo, de Hugo Chávez (já falecido, 2013), na Venezuela, e Evo Morales, ainda presidente da Bolívia.
Governos que apresentam uma política dúbia, ao mesmo tempo em que buscam atender os anseios sociais das reivindicações, usam da manipulação, ou seja, promovem políticas assistencialistas para ganhar aceitação popular e manter-se no poder.

Há governos que são levados pelas massas e há massas que são levadas e manipuladas por governos carismáticos, mas na prática, ditatoriais.

Não houve por parte da Venezuela um afastamento completo do sistema democrático, porém, houve um afastamento desse em relação a outros países da região.

Percebe-se que o “neopopulismo” ao mesmo tempo em que mantém normas tradicionais, mantém líderes carismáticos e excêntricos no poder, o que provoca, por vezes, entrave no desenvolvimento econômico e político do país.
É custoso atender as reivindicações das massas e nesse sentido, esses países carecem de desenvolvimento em infraestrutura e educação.

Na Venezuela, por exemplo, rica em petróleo, canaliza-se numerosas verbas para alimentação, remédios para pobres e educação, no entanto, carece de investimentos no desenvolvimento econômico do país. 
Na Bolívia, optou-se pelo aumento do preço do gás natural, tendo em vista os altos preços do hidrocarboneto...Fala-se hoje ainda em um programa nuclear "pacífico" ( onde entraria a moral da história ?) e mesmo assim o desenvolvimento sócio-econômico do país não foi concretizado.

Não se fala aqui de um populismo como ideal, fala-se de um populismo que, muitas vezes, inibe a democracia e o Estado de direito e que dessa forma mantém a paços lentos o desenvolvimento da nação.



Texto de Amanda Lemos

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tempo ao tempo...



Procuro acreditar no tempo e na sua infinidade de conseqüências... Não que seja o “grande curandeiro” do mal de amores inacabados, mas oh tempo... Ah... Esse sim me faz lembrar uma leve garoa, o sabiá lá de casa e minha querida Bernadete me dizendo o quanto temos muito há viver.


Tempo.


Tempo dos relógios, tempo do quintal lá de fora, tempo que embranquece os cabelos e enruga as juntas...


Tempo, que seja qual for, mas seja.


Disseram-me que esse ano seria de recomeço, tropeços aqui e acolá, mas recomeço. 

Três pulinhos nas ondas do mar para Yehoshua, e romã para garantir sorte em 2014.


Não sou muito adepta a palavra “sorte”.

Estranha. Incerta.

Dificilmente aceito discussões que defendem o acaso, como se o acaso determinasse nossas vidas...

...Será?


Acho que o tempo em algum sentido foi generoso comigo.
Explicou-me silenciosamente o quanto efemeridades, por assim dizer, são passageiras, o quanto esperar tanto de algo resulta, afinal, em espera apenas, em solidão.


Shakespeare estava certo em dizer que nossas dúvidas são traidoras.

Não creio em dois amores, duas opções.

O bom tempo encaminhou-se de confirmar minha hipótese. 


Animada com todo esse clima de renovações que incendeiam o ambiente, sempre acreditando, (ilusão talvez?), que o novo ano será de melhorias e estupidamente mais vantajoso que o ano que se fora, estou esperançosa, acreditando em um recomeço, em novas chegadas, e por que não, algumas partidas.

Estou desejando a mim, e até a você, embora esteja um pouco atrasada em meus votos e felicitações...
...Desejo desafios.

Desejo que você se desafie todos os dias, que nunca se dê como vencido e possa sempre tentar novamente, ou se perceber que o mais certo seria desistir, desista, e que não faça tempestade em vaso de planta por isso.

Na pouquíssima idade que tenho, nada amadurecida, ando aprendendo a dar um novo sentido às desistências. 

Desistir de sofrer, desistir de se doar sempre mesmo se doendo por dentro. 
Desistir, às vezes, é mais corajoso que persistir numa luta em vão, em que não há ganhadores. 

Coração quebrado é coração quebrado e leva tempo para se construir novamente... apostar as fichas uma vez mais.


Novamente, eis o tempo dando suas caras.


 Enfim...

Também lhe desejo tempo. Tempo para se esforçar sempre, tempo para si, e tempo para alma e coração. 

Somos jovens, mas não há tempo para se perder.

Desejo um ano repleto de obstáculos para que nunca se esqueça que a vida não é sempre a beleza das poesias, porém, quando se entende o verdadeiro sentido do seu ser, percebe que a beleza está em superar os desafios transponíveis que nos aguardam.

Esse é o meu desejo a você e a mim.




Texto de Amanda Lemos

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Eis a questão





Divulgadoras de “jargões” e tipos sociais, as telenovelas brasileiras (peças teatrais ou literárias exibidas em capítulos através da televisão) são focos de uma dúvida pertinente: São elas focos de conscientização ou alienação no que tange o público-alvo e os problemas brasileiros de diversas matrizes ( sociais, econômicos, políticos, raciais) ?

Sob uma primeira óptica, a telenovela pode ser vista sob uma perspectiva cultural, na qual diferentes culturas são fundidas e a diversidade social é representada. 
A telenovela é uma forma de entretenimento via união da dramaturgia, literatura e cultura em um meio de massa e inegavelmente é vista e repercutida por milhões de brasileiros. Difundiu ícones da TV brasileira como Odorico Paraguassu ( O bem amado), Odete Roitman ( Vale tudo ) dentre outros conhecidos personagens, sem mencionar no fato que a telenovela brasileira, muitas vezes, levou para debate temas sociais que até então passavam despercebidos ou sem uma discussão consistente, temas que ficavam ,por vezes, omitidos, afim de evitar toda uma polêmica em um dado contexto.

Controverso ao fato e apesar do bom conteúdo de algumas telenovelas, não pode ser negado um ponto: telenovelas vivem de audiência. Nesse sentido, muitas se valem de cenas quase que grotescas ou dir-se-ia, ridículas, para angariar audiência, enfocando pifiamente em questionamentos críticos e politicamente úteis e limitando seu questionamento fundamental a uma visão unilateral sobre temas importantes, agradando assim aos moralistas religiosos e aos interesses dos poderosos de algumas instituições e até mesmo de partidos políticos. 

Abusam das cenas de violência, discussões a tons elevados e “baixarias” das nove, subjugando toda uma massa de telespectadores e indiretamente sobretaxando o brasileiro como adepto e simpático de baixarias.

Outro fator a ser levado em consideração é a tentativa digna de escárnio de fazer com que a população identifique-se com as personagens das novelas e aja tal qual a maioria destas, adotando um modo de vida demagógico, politicamente inativo, cultural e educacionalmente pobre, fútil, consumista, familiarmente perturbado e moralmente questionável.

Ao romantizar o dia- a dia , a telenovela entra em um dilema: conscientiza ou aliena, educa ou manipula, informa ou degrada. 

Toda boa informação deve ser bem transmitida ou então as mais belas poesias se não fossem devidamente repassadas tornar-se-iam um fiasco, e é este o ponto que a telenovela se insere. Saber transmitir valores, saber informar e saber propagar informações sob uma perspectiva educacional e não mitigadora e manipulativa como fazem muitos Telejornais, conforme aponta Maria Aparecida Baccega, professora da USP. 

Muitas vezes , a proposição não encontra-se no que a telenovela transmite, mas sim na maneira como o assunto é debatido.



Texto de Amanda Lemos



sábado, 30 de novembro de 2013

Breve opinião...




Ao pacato cidadão,


Até a descoberta do mensalão tinha-se o governo Collor como o governo mais corrupto da história brasileira.
Os fatos agora são outros, mas a desonestidade e demagogia é a mesma.

Caixa dois eleitoral e golpe contra o estado que deveria ser do povo e para o povo. Somente após oito anos de plena burocracia aplica-se a mínima justiça, punição dos corruptos e exercício legítimo do Poder Judiciário.

Há esperança que a impunidade no Brasil seja abolida e que de fato corrupção torne-se um crime hediondo, levando os “chefões mensaleiros” a seus devidos lugares nas celas de prisão.

O maior caso de corrupção da historia recente foi julgado e condenado, mas os políticos graúdos não serão tratados como os demais detentos. Terão direito a celas individuais, a fim de evitar conflitos internos com outros presos, terão direito a TV 14 polegadas e até receber comida de casa...
Houve até condenado que reclamou prisão domiciliar, tendo em vista que há distinção de penas para quem possui diploma de curso superior ou é ex-policial ou ex-político.

(Ousados, não?)

A médio prazo, a situação política no Brasil permanecerá mais branda, no entanto, não é aplicando privilégios que o contexto político vexaminoso no país se resolverá.

É preciso por fim a manipulação no plenário e jogos de poder em Brasília.
Pelas palavras do ministro do STF, Luís Barroso, “Para ir preso no Brasil, é necessário ser muito pobre e mal defendido. O sistema é seletivo.”

A realidade é vergonhosa e esse será o cartão postal brasileiro para a Copa do Mundo de 2014.

Até quando a política no Brasil será alvo de “chacota” no contexto internacional ?
 

sábado, 16 de novembro de 2013

Uma realidade: DESIGUALDADE SOCIAL




Visto sob uma perspectiva mais ampla, sem desconsiderar a dimensão continental do país, a desigualdade social no Brasil apresenta raízes históricas.

Pode-se começar a explicar essa realidade pelo fator mais evidente:
a escravidão, que é o paroxismo da exclusão. 
O Brasil importou o maior número de escravos da África, dentre todas as colônias do Novo Mundo e, como Cuba, foi um dos últimos países a libertá-los (1888) não lhes garantindo qualidade de vida posterior à abolição, deixando-lhes à margem da pobreza e exclusão social.

Outro exemplo foram os imigrantes, a grande massa de italianos e alemães não teve condições de impor às elites oligárquicas uma distribuição menos desigual dos ganhos do trabalho.

As sequelas desse contexto refletem até hoje nas disparidades socioeconômicas do país, o que faz inclusive, embora esteja entre os 10 maiores PIBs do mundo, estar também entre as 10 nações mais desiguais do planeta.


A desigualdade social no Brasil tem sido cartão de visita para o mundo.

Em decorrência do efetivo processo de modernização que o país perpassa desde o século XX, cada vez mais muitos têm pouco e poucos têm muito. O famoso clichê social de países em processo de desenvolvimento.

Em 2001, enquanto 9% da população vivia com menos de 1 R$ por dia, 46,7% da renda estava concentrada nas mãos de apenas 10% da população. Atualmente, esse fato acentua-se devido a problemática questão tributária brasileira. A estrutura fiscal do Brasil gera desigualdade ao cobrar mais impostos dos pobres do que dos ricos, apontam especialistas. 

"Cobrança de Primeiro Mundo com um sistema de Terceiro".

Entre as conseqüências advindas das disparidades sociais e econômicas, pode-se citar: previdência enfraquecida que não consegue sustentar os aposentados dignamente, subempregos, massa de profissionais sem qualificação adequada que insufla o mercado de trabalho ocupando postos de trabalho informais,"hipertrofia do setor terciário", uma educação elitizada, onde poucos jovens de menor renda conseguem adquirir uma melhor formação escolar e profissional; e dentre as piores conseqüências, propicia a ocorrência da violência urbana.

Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular, portanto, persistindo em ausência de políticas públicas efetivas que atendam significativamente toda a população, ricos ficarão mais ricos e pobres cada vez mais pobres e entregues a indigência. Sem um efetivo Estado Democrático de Direito não há como discutir desigualdade social, tampouco amenizá-la.



Texto de Amanda Lemos



sábado, 2 de novembro de 2013

Do que ficou...



Abandonei um pouco minhas palavras dissertativas para aventurar-me novamente em meus devaneios.

Sabe, ando perdendo a prática de transpor no papel meus pensamentos, medos e loucuras de uma mente barulhenta, cheia de vaga-lumes.

Ando colecionando decepções e aposentando palavras, quem diria...

E agora, José ? 
A festa acabou.
A luz apagou.

A pobre menina que lhes escreve neste mesmo momento que é lida, vulgo Lispector, estranhamente, não sabendo por que razão decidiu-se se aventurar novamente no sentimento mais perigoso de todos... O amor.

Esse mesmo.

O incerto.

O dolorido.

Ah, mas amor que é amor não dói.

Uma ligação não atendida, um beijo sem vontade e o medo de nunca mais ser feliz em uma vida inteirinha... Isso sim é que dói. E como.

Ah, mas quem não se sente envergonhado em ter amado o outro e quando esse já está com outro alguém?

Quem não se sente envergonhado de ter ficado sozinho na festa em que a música parou e os convidados se foram?

Eu me envergonho se querem saber.

Ora, mas me corrijam. Digam que feliz é quem ama e infeliz é quem não sabe reconhecer devido amor.

Mas não era amor.

Ou será...

Amor fica.

E caleja.

Certos acontecimentos em nossas vidas duram exatamente o quanto devem durar. E partem. 
Perdem-se e eternizam-se.

É perder-se e se reencontrar, e perder-se novamente... Até que por descuido, inocência ou omissão, esbarra-se em algo que, vejam só, fica. Permanece.

Não sei afinal o que ficou nessa vida de idas e vindas.

Sei que fico por aqui nessas palavras inacabadas... Ou melhor, dizendo... 

Não sei dizer.



Texto de Amanda Lemos

sábado, 28 de setembro de 2013

Agora é que são ELAS !




Elas se dedicam aos filhos, ao trabalho, aos estudos, às suas casas, e ainda conseguem arranjar tempo para o salão de beleza e a saúde. O vulgo “sexo frágil” está se tornando cada vez mais resistente e imperecível. Em menos de cem anos, as mulheres passaram de simples donas de casa que obedeciam aos seus pais e maridos, a formadoras de opinião e trabalhadoras.

Com o passar dos anos e resultado de um extensivo avanço industrial, o papel da mulher na sociedade alterou-se profundamente
Antigamente, vistas como o pecado e à corrupção do homem, a figura feminina foi associada à ideia de uma fragilidade maior que a colocasse em uma situação de total dependência da figura masculina, o que configurava uma sociedade patriarcalista e machista. 
Hoje, no mínimo, essa situação é muito diferente.

No Brasil, 36% dos cargos de liderança existentes nas 100 melhores empresas para trabalhar são ocupados por mulheres.
Elas estão cada vez mais inseridas em universidades, veículos de informação, estão optando por ascensão profissional antes de terem filhos e moldando as relações interpessoais de todo o mundo.

Hoje, as mulheres são agentes de mudança e possuem opinião própria, desde 1932 quando puderam votar efetivamente até as poltronas de um escritório executivo de liderança.

Não se deve negar, no entanto, que vergonhosamente, a discriminação de gênero ainda existe e é evidente. 

Em levantamento realizado pela Mercer e divulgado no final de 2012, enquanto um homem no cargo de CEO ganha um salário de R$ 64.000,00, uma mulher, exercendo a mesma função, recebe R$ 45.653,00, uma diferença de 42%. Sem mencionar no fato de persistir-se a mentalidade estereotipada da figura feminina associada à afazeres domésticos e cuidado dos filhos e do marido.

Empresas inteligentes não mais possuem distinção entre sexos e apoiam a evolução profissional da mulher. 
Sabe-se hoje que mulheres com maior grau de escolaridade diminuem as taxas de natalidade (têm menos filhos), casam-se com idades mais avançadas, possuem maior expectativa de vida e podem assumir o comando da família
Uma mulher inteligente e ativa provoca mudanças e faz muita gente rever seus conceitos.




Texto de Amanda Lemos

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Aqui não se conta tudo, porque o tudo é um oco, é um nada. Se conta somente, e o somente não necessita de explicação.

Amanda Lemos