Recentemente, em uma "prosa" com um amigo, discutíamos sobre populismo e suas inúmeras vertentes e sequelas. Ao fim, chegamos em posições diferentes, mas ambas atendendo a nossas fiéis opiniões... Deixo a vocês aqui minha breve ( e um tanto "leiga", eu diria) opinião sobre o assunto.
Vamos refletir.
O populismo tem suas raízes
no nacionalismo, derivado da influência de governos fascistas como se percebe
em Portugal, Argentina e até Vargas, no Brasil, era muito adepto das idéias de
Mussolini.
Durante as décadas de 1940 a 1960 alguns
governos populistas na América Latina destacaram-se como Perón na argentina,
Cárdenas no México e Vargas no Brasil que teve seu populismo derivado do
“clientelismo” na Primeira República brasileira (1889-1930).
Atualmente, fala-se em “Neopopulismo”, um “novo
populismo” que diferente do populismo das décadas anteriores baseado em uma
política nacional-desenvolvimentista apoiado por uma burguesia industrial
nacional, o "neopopulismo" busca aproximação nas classes urbanas e rurais
marginalizadas.
Devido a uma política
neoliberal que se instalou no contexto mundial em que prega o Estado-mínimo,
integração de mercados e globalização, houve desarticulação de sindicatos e por
esse motivo diminuição da mobilização efetiva de classes.
Destacam-se, na atualidade, governos populistas que
são e ficaram marcantes como, por exemplo, de Hugo Chávez (já falecido, 2013),
na Venezuela, e Evo Morales, ainda presidente da Bolívia.
Governos que apresentam uma política dúbia, ao
mesmo tempo em que buscam atender os anseios sociais das reivindicações, usam
da manipulação, ou seja, promovem políticas assistencialistas para ganhar
aceitação popular e manter-se no poder.
Há governos que são levados
pelas massas e há massas que são levadas e manipuladas por governos
carismáticos, mas na prática, ditatoriais.
Não houve por parte da
Venezuela um afastamento completo do sistema democrático, porém, houve um
afastamento desse em relação a outros países da região.
Percebe-se que o “neopopulismo” ao mesmo tempo
em que mantém normas tradicionais, mantém líderes carismáticos e excêntricos no
poder, o que provoca, por vezes, entrave no desenvolvimento econômico e político
do país.
É custoso atender as
reivindicações das massas e nesse sentido, esses países carecem de
desenvolvimento em infraestrutura e educação.
Na Venezuela, por exemplo,
rica em petróleo, canaliza-se numerosas verbas para alimentação, remédios para
pobres e educação, no entanto, carece de investimentos no desenvolvimento
econômico do país.
Na Bolívia, optou-se pelo aumento do preço do gás natural,
tendo em vista os altos preços do hidrocarboneto...Fala-se hoje ainda em um programa nuclear "pacífico" ( onde entraria a moral da história ?) e mesmo assim o
desenvolvimento sócio-econômico do país não foi concretizado.
Não se fala aqui de um
populismo como ideal, fala-se de um populismo que, muitas vezes, inibe a
democracia e o Estado de direito e que dessa forma mantém a paços lentos o
desenvolvimento da nação.
Texto de Amanda Lemos