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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Kick-Ass - Quebrando tudo .


O herói do filme Kick-Ass — Quebrando tudo, que estreia nesta sexta em Brasília, não mete medo em ninguém. Pelo contrário: quando muito, provoca risadas. Branquelo, Dave Lizewski é um adolescente de Nova York que decide proteger os indefesos. Pela internet, o fã de revistas em quadrinhos compra um uniforme verde e amarelo que mal se ajusta a um corpo franzino, carente em massa muscular. Mas a fantasia meio carnavalesca não o desanima. Sem superpoderes, o nerd adota o codinome Kick-Ass, sai às ruas da metrópole e, como era de se prever, é espancado, atropelado e humilhado por bandidos de segunda divisão.

Que ninguém subestime, no entanto, as armas secretas desse paladino de fundo de quintal interpretadas pelo britânico Aaron Johnson. Desde que começou a assombrar o mundo do cinema, o justiceiro instiga todo tipo de reação forte. Menos desprezo. É temido e adorado por uma multidão. Quando estreou nos Estados Unidos, em abril, Kick-Ass provocou o impacto de uma banda de thrash metal: dividiu o público entre fãs xiitas e detratores ferozes. O motivo do estardalhaço está estampado na película, e em cores berrantes. A pancadaria explícita destilada por esse grupo de heróis amadores provoca arrepios nos espectadores mais sensíveis e rende discussões sobre o excesso de violência em filmes sobre (e para) adolescentes.

Despertar controvérsias é o alvo do diretor britânico Matthew Vaughn, de 39 anos. O cineasta, que começou a carreira como produtor de Guy Ritchie (em Jogos, trapaças e dois canos fumegantes e Snatch — Porcos e diamantes), nunca foi de pegar leve. O primeiro filme da carreira, Nem tudo é o que parece (2005), é um thriller de trapaceiros movido a testosterona. Depois de deslizar feio na fantasia de Stardust — O mistério da estrela (2007), o peso-pesado retorna ao ringue com uma aventura sangrenta e politicamente incorreta. “Batman, Super-Homem e Homem-Aranha estão todos muito velhos. Eu me perguntava pelos heróis modernos. Onde eles estavam? Onde estavam as versões pós-modernas dos filmes que todos nós adoramos?”, polemizou Vaughn, em entrevista à BBC.

De fato, herói do filme faz sucesso via YouTube e MySpace. Não é nada nova, entretanto, a história do sujeito comum, sem qualidades, que se arrisca a defender a humanidade. Em Watchmen, Alan Moore e Dave Gibbons usaram essa premissa para criar um clássico do gênero (que rendeu uma adaptação malcriada, adulta, dirigida por Zack Snyder em 2009). Mas a malagueta de Vaughn atende por Hit Girl. Interpretada por uma menina de 11 anos de idade (Chloë Grace), a heroína é nota zero em conduta: fala palavrões e trucida os malvados. Instruída pelo pai (Nicolas Cage), um ex-policial que arquiteta vingança contra um chefão do tráfico, ela se mostra uma versão teen para femme fatales como A Noiva, de Kill Bill.

Os trajetos tortos de Kick-Ass e Hit Girl se cruzam quando o rapaz finalmente consegue impedir um crime. Os dois personagens, cada um a seu modo, são versões de carne e osso para fantasias adolescentes de Mark Millar, autor da série de quadrinhos que inspirou o filme O procurado (2008), com Angelina Jolie. A trilogia Kick-Ass começou a ser escrita com o longa-metragem, em um processo de colaboração com o diretor do filme. Os grandes estúdios rejeitaram o projeto (alguns queriam que os personagens fossem mais velhos), que foi produzido com dinheiro de

Vaughn e de amigos como Brad Pitt. A Associação da Família Australiana, uma entre tantas insatisfeitas, pediu a proibição da longa. “A linguagem é ofensiva e os valores não são apropriados”, atacou o porta-voz John Morrissey.

Com US$ 94 milhões arrecadados no mundo todo (e até jogo de videogame lançado), Kick-Ass já tem continuação engatilhada, para 2012. Enquanto isso, Vaughn se encarrega do novo produto da franquia X-Men. “Quando compararam meu filme a Laranja mecânica, eu pensei: era exatamente isso o que eu queria”, comentou. Stanley Kubrick e gibi? No mundo louco de Kick-Ass, até isso é possível.

Fonte:Site:


 

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Aqui não se conta tudo, porque o tudo é um oco, é um nada. Se conta somente, e o somente não necessita de explicação.

Amanda Lemos