• Frase da Semana :
  • -
  • Ao final, não esperem uma verdade absoluta, pois terei que infelizmente lhes informar que não há. - Amanda Lemos -

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tony Curtis (1925 – 2010).



O ator Tony Curtis morreu no fim da noite de quarta, 29 de setembro, aos 85 anos. Faleceu de parada cardíaca enquanto dormia em sua casa em Las Vegas, informou sua filha, a também atriz Jamie Lee Curtis (“Um Peixe Chamado Wanda”).

Tony Curtis teve uma carreira próspera em mais de uma centena de filmes e foi um dos atores mais populares da década de 50. Elvis Presley citava seu estilo como influência para seu famoso topete rockabilly. E o crítico americano Clive James, em seu livro “Cultural Amnesia”, o qualificou como um dos três atores que influenciaram o século 20 – ao lado de Charlie Chaplin e W.C. Fields.

A crítica da época, entretanto, não era tão benevolente. Curtis era considerado um ator limitado, que mesmo vivendo um viking ou um romano antigo mantinha o mesmo sotaque do Bronx, o bairro pobre nova-iorquino em que cresceu – o que rendia muitas anedotas, desde o jeito como ele pronunciava “Spadahcus” (Spartacus) até o uso da palavra “avidly” em “A Embriaguez do Sucesso” (1957), pronuncia favorita da crítica Pauline Kael.

Ele não tinha muita educação. Cresceu como um delinquente juvenil. Nas suas memórias de infância, conta que teve de brigar muito com os garotos de rua para impor sua masculinidade. Os moleques do Bronx o chamavam de mulherzinha por causa de sua beleza.

Curtis se valeu da beleza física para conquistar os primeiros papéis em 1949. E culminou sua estratégia com um golpe de marketing pessoal, começando a namorar a estrela em ascensão Janet Leigh (“Psicose”), sua primeira esposa. Os dois fizeram cinco filmes juntos a partir de 1953, período em que foram considerados os queridinhos da América.

A estratégia, entretanto, fez Curtis ficar preso ao estereótipo do galã bonitão. O respeito só veio após ele estrelar alguns dos maiores clássicos de Hollywood, sob o comando de diretores como Billy Wilder, Vincent Minnelli, Stanley Kramer e Stanley Kubrick. Nunca ganhou o Oscar, mas foi indicado por “Acorrentados” (1958), em que viveu um racista convicto algemado a um fugitivo negro, interpretado por Sidney Poitier.

Em 1959, estrelou uma das comédias mais aclamadas da história do cinema, “Quanto Mais Quente Melhor”, de Billy Wilder, quando contracenou com Marilyn Monroe e Jack Lemmon.

Foi justamente com as comédias que ele teve mais sucesso, entre elas “Anáguas a Bordo” (1959), “A Corrida do Século” (1965), “Boing Boing” (1965) e “Os Intrépidos Homens e Seus Calhambeques Maravilhosos” (1967). Mas também ficou conhecido por aparecer sem camisa em épicos cheios de homens suados, como “Os Vikings” (1958), “Taras Bulba” (1962) e o clássico de Stanley Kubrick “Spartacus” (1960). Ele foi dos últimos heróis de filmes de capa-espada, às vezes fazendo dupla com a ruiva Piper Laurie, desde “O Príncipe Ladrão” (1951).

Versátil, ainda interpretou papéis sombrios, como o agente sem escrúpulos de “A Embriaguez do Sucesso” (1957) e o serial killar Albert de Salvio, em “O Homem que Odiava as Mulheres” (1968), de Richard Fleischer. Também participou de “O Bebê de Rosemary” (1969), obra-prima do terror de Roman Polanski.

Na metade dos anos 60, sua popularidade era tanta que ele chegou a aparecer no desenho “Os Flintstones”, dublando um personagem baseado nele mesmo – Stony Curtis, um astro famoso de Hollywood.

No auge da fama, Curtis alimentou muitos boatos e vivia nas páginas das revistas de fofoca por seu envolvimento com mulheres, drogas e álcool. Apesar de insinuações sobre sua suposta homossexualidade, ele foi um dos maiores conquistadores de Holllywood. Além de namorar Marilyn Monroe e Natalie Wood, teve seis esposas: Janet Leigh (de “Psicose”), Christine Kaufmann, Leslie Curtis, Andrea Savio, Lisa Deutsch e Jill Vandenberg Curtis, com quem estava casado desde 1998.

Os excessos cobraram um preço em sua beleza. Em 1968, ele já estava feio no papel do Estrangulador de Boston (“O Homem que Odiava as Mulheres”). E foi se enfeiando cada vez mais, com ajuda do álcool e da cocaína, encerrando precocemente sua carreira de galã.

Os últimos trabalhos do ator foram na televisão, para onde se voltou a partir dos anos 70. Sua primeira série foi a produção britânica de ação “The Persuaders” (1971), que estrelou ao lado de Roger Moore (franquia “007″). A última foi “Vega$”, produção de Aaron Spelling que durou de 1978 a 1981. Desde então, o ator podia ser visto como convidado especial de vários seriados famosos, como “Duro na Queda”, “Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman” e o famoso episódio de “CSI” dirigido por Quentin Tarantino em 2005.

Sua saúde começou a declinar por volta de 2005. No ano seguinte, foi internado com pneumonia, ficando em coma por sete dias. A partir de então, passou a depender do uso de cadeira de rodas.

Antes de morrer, o ator lançou uma autobiografia escandalosa, em que conta detalhes de suas proezas sexuais, descrevendo até o sabor íntimo de Marilyn Monroe, mas também fez as pazes com seus fãs gays, dizendo que uma das maiores homenagens que recebeu em vida foi ver a protagonista de “As Patricinhas de Beverly Hills” (1995) descobrir que gostava de um rapaz gay porque ele alugou uma coleção inteira de filmes de Tony Curtis.

Ele deixa seis filhos – dois com cada uma das três primeiras esposas.

Fonte:Site:
http://www.uol.com.br/







Nenhum comentário:

Nosso Livro Publicado !

Talvez também se interesse por.....

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
















Aqui não se conta tudo, porque o tudo é um oco, é um nada. Se conta somente, e o somente não necessita de explicação.

Amanda Lemos