• Frase da Semana :
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  • Ao final, não esperem uma verdade absoluta, pois terei que infelizmente lhes informar que não há. - Amanda Lemos -

domingo, 3 de outubro de 2010

Produção de Texto: Diário de um francês sobre a I Guerra Mundial.


Uma marca da Guerra

"Filas de rostos pálidos murmurando, máscaras de medo,
Eles deixam as trincheiras, subindo pela borda,
Enquanto o tempo bate sozinho, apressado nos pulsos,
E a esperança de olhos furtivos e punhos cerrados,
Naufraga na lama, ó Jesus, fazei com que isso acabe!"

Novembro de 1918, Costa do Canal, em Flandres, França.

Vi o que um ser humano normal nunca viu, aprendi a conviver lado a lado com a morte, a chorar sem ser ouvido e compartilhar-me com a solidão.

Em meio ao incessante bombardeio de artilharia, observava milhões de homens ficando uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como- e com- ratos e piolhos. Estávamos vivendo em um caos de crateras de granadas inundadas de água, tocos de árvores calcinadas, lama e cadáveres abandonados, avançávamos sobre as metralhadoras com muito medo para que não pudéssemos ser ceifados, como acontecia com muitos companheiros.

Com essa "Grande Guerra", terrível e traumática, perdemos muito de nossos homens em idade militar, prisioneiros de guerra, feridos e os permanentes estropiados e desfigurados- os "gueules cassés" (caras quebradas), perdemos uma geração inteira.

Malditos alemães derramaram banhos de sangue, e levaram gás venenoso ao campo de batalha, bárbaros e frios são esses alemães, destruíram famílias , lares e sonhos de muitos.

Em março de 1918, após o tratado de Brest- Litovsky o exército alemão se achando livre invade a nossa majestosa Paris. Mas nós, bravos e corajosos, os Aliados, com a grande ajuda de equipamentos americanos nos recuperamos, mesmo que por quase um triz.

Perdemos 2 milhões e hectares de terreno agrícola além de meio milhão de hectares de floresta devastadas. Contraímos muitas dívidas com os EUA que talvez jamais possamos pagar.

Agora, o que queremos? Simplesmente acordar desse pesadelo, reerguer nosso país. Compensar nossa inevitável inferioridade demográfica e econômica frente à Alemanha e partirmos rumo à um futuro da França como uma grande potência. Embora, pareça que esse pesadelo está longe de seu fim.

Produção de Amanda Lemos.


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Aqui não se conta tudo, porque o tudo é um oco, é um nada. Se conta somente, e o somente não necessita de explicação.

Amanda Lemos