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  • Ao final, não esperem uma verdade absoluta, pois terei que infelizmente lhes informar que não há. - Amanda Lemos -

domingo, 31 de julho de 2011

Visita à Aparecida





Seria muito clichê se começasse a discutir fé, ou simplista demais se houvesse como temática a religião.
Creio que é algo muito individual e por ser tal não me permito a aprofundar-me sob tais assuntos sob pena de talvez ofender, descriminar, ou recriminar, mesmo não sendo esta a intenção.


Devo, é claro, pedir desculpas por minha inútil ausência no Blog e demora para postar algo novo, mas aposto que  tenho uma desculpa esfarrapada, porém, um pouco nobre e quem dirá legitima.



Estava viajando.
Sim, enfrentando horas e mais horas de viagem, vendo paisagens que já embaçavam minhas sutis lentes de contato, apreciando os gostos culinários dos mais diversos, e conhecendo sotaques tão distintos do meu que confesso ter extrapolado poucas vezes em um entendimento vil.



Estava em estadia no município de Aparecida, estado de São Paulo, é claro que antes de chegar ao destino fizemos algumas paradas para visitar lugares pouco conhecidos por nós, acompanhantes  desta excursão.


Durante esses quase cinco dias de pousada na cidade tive , pela segunda vez, pois já havia  visitado-a antes, embora, faça muitos anos, a oportunidade de apreciar uma fé que move montanhas e vira as calçadas desta Aparecida, que antes para mim, parecia muito mais fria, chegando a ser estonteante, do que desta última vez.


E se não é para tanto, move milhares de fundos bancários e ofertas de romeiros e, visitantes deste Brasil inteiro, e quem dirá de fora, para ofertar a “Basílica Nova”. 

Que de tanto luxo, grandeza e por si só excelência, ofuscou meus olhos ainda um pouco chocados por talvez o que eu chamaria de fé comprada, e se não for o caso, inventada ou adquirida com o tempo.

De tanta sumptuosidade  me fez crer que embora um cidadão não tenha se quer dinheiro para colocar algum pão na mesa, ao menos tem para ofertar nas esplendorosas, e rápidas missas do santuário de Nossa Senhora Aparecida, estas que não duram mais que cinquenta minutos, salvo exceções especiais.
 Isso se deve ao fato das diversas a serem realizadas a risca no mesmo dia.
Além, é claro,  destaca-se as centenas de  doações, indiferente da  quantia, pelos cadastros que podem ser aceitos por qualquer parte do Brasil.


Não julgo essas milhares de pessoas que por dia pisam nessas variadas subidas e escadarias deste porto nacional de fé, até porque me emocionei muito em meio a reflexões durante a via sacra, e não proclamaria tal heresia em algo que até já foi visitado e algumas missas celebradas pelo Papa Bento XVI em visita ao Brasil, iniciada em nove de maio de 2007.



A suntuosidade do local é óbvia, 
O magnífico santíssimo é épico, o santuário é coberto de pompas, sem ao menos chance de definição menos merecedora.



É uma fé que arrasta milhares de pessoas em busca de pagar promessas, fazer pedidos, curar seus doentes, pedir bênçãos por suas famílias e orar fervorosamente.




Uma história que inicia-se desde 1717 pelas diversas e infrutíferas tentativas de redes lançadas nas águas até o Porto do Itaguaçu para atender com um bom pescado a estadia em Vila Rica do Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, por pescadores até 12 de outubro.
Já um destes pescadores dentre Domingos e Filipe Pedroso, 
João Alves, após tentativas vãs, decide por lançar, sem esperança, novamente a rede nas águas apanhando o corpo de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. E em uma outra tentativa apanha-se a cabeça da imagem, envolve-se em um lençol e daí em diante os peixes chegaram a “fuzél” para estes três pescadores.


A partir daí a devoção cresceu e dissipou-se rapidamente, explicitando a fonte de poderes miraculosos da santa e arrastando multidões de fiéis consigo que, fervorosos rezam por curas, milagres, salvações, e perdão eterno.
Tornando-se , de fato, a Nossa Senhora Aparecida, a padroeira dos católicos no Brasil.







É limitante defender  apenas o  ponto de vista católico, mas devo ressaltar que minha viagem foi para este destino, ponto forte desta religião.


Entretanto, não me reprimo em conhecer as outras diversas que , embora poucas vezes, já tive algumas oportunidades de conhecer um pouco  mais , tais como: Judaísmo, espiritismo, Igreja Batista e  a Evangélica.
Além de outras, é claro, 
No entanto, estas foram as quais que pude ter maior contato e reconhecimento.


Seria novamente piegas se pregasse lições de moral democráticas e anti -preconceituosas para que não houvesse descriminação alguma sequer por parte das religiões, ou por parte que for. 
É óbvio. 
E informação para isto não falta, creio que a ausência está em bom senso e respeito, embora haja informação de mais, há consciência de menos.




Sejam estes católicos, evangélicos, judeus, islâmicos..., o que forem, as discussões religiosas ultrapassam  muita mais do que estas pobres linhas, e infelizmente, quando se trata de crer na fé ou não, de admirar apenas uma imagem , pregar ritos, credos e crenças das mais diversas,..; 
Trata-se sobretudo de antes adquirir-se conhecimento a respeito para não termos motivos estúpidos de se fazermos de leigos e julgarmos aquilo que mal conhecemos.



Meu foco aqui foi retratar uma estadia rápida no município de Aparecida, sede da Basílica velha e nova, e enfatizar aqueles que se dizem fiéis , mas que na verdade não passam de cegos e pobres de espíritos que creem erroneamente em um perdão através das milhares de ofertas prestadas ou indulgências compradas, como se retornássemos a era medieval e o “céu” fosse vendido a um preço tabelado,
 se é que de fato que ele existe.;


Seja como for, informação é essencial e indispensável.
 E não é a toa que pronunciamos regularmente o dito popular, afinal de contas, e obviamente, 
“ Respeito é bom e todo mundo gosta.” 




Texto de Amanda Lemos




15 comentários:

Artes e escritas disse...

Conheço o lugar e a igreja; respeito o seu ponto de vista. Um abraço, Yayá.

Regina Coeli Carvalho disse...

Olá,
Te aplaudindo pela coerência do teu texto e análise de uma situação tão corriqueira na nossa atualidade.
A fé se compra em programas de Tv, independente de religião professada.
A fé está virando objeto de consumo.
Que possamos transformar sempre os ensinamentos religiosos em nossas ações.
Carinhoso abraço.

Jeniffer Farias disse...

Oii, o seu cantinho está bem legal :)
PARABÉNS! Já te siga a um tempinho, agora criei um novo espaço! Passa por lá...
http://cuidademim.blogspot.com/

wallace p. disse...

Sintoma dos tempos modernos... O homem precisa se redescobrir. Bjs e ótima semana pra você!

Cidadão Araçatuba disse...

Muito legal e reflexivo o seu texto, parabéns!
O ser humano é assim, troca e negocia tudo com o seu semelhante, e acha que pode fazer o mesmo com o Divino. Engraçado não é?!

Se me permite:

"Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês"...
Capital Inicial-Música-Fátima.
Grande Abraço!
PS Bem-vinda á Cia dos Blogueiros.

GataVadia disse...

Olá querida Amanda
Estou agradecendo sua visita a meu blog e o comentário positivo. Estou encantada com seu blog, menina, você é um "caso sério" enquanto meu blog é "um caso pra rir" kkkkkk É apenas para eu dar minhas gargalhadas mas aceito e PERMITO gargalhadas alheias e é o espaço de meus AMIGOS, apareça sempre que quiser e puder.
Este blog merece visitas mais demoradas que eu farei com mais vagar para ler seus poemas maravilhosos.
Parabéns
Beijinhos no coração

Andréia B. Borba disse...

Oi flor! Muito lindo seu blog e excelente seu texto!
Quanto à Basílica, estive lá há alguns anos e achei de uma magnitude espetacular!
bjs flor!
Déia

Ártemis Rae disse...

Oii
Obrigada pela visita ;)

beijo

Malveira disse...

Agradeço a visita. Estilo interessante, blog bonito. Encontro você por aí. (a palavra do oráculo: pureazi)

Anônimo disse...

Oi, tudo bom? Vim conhecewr e estou seguindo sim. adorei!

Luciana Pacífico disse...

adorei o blog adorei adorei adorei! obrigada pelo comentário no meu, beijinhos :)

WAGNER BARROS disse...

Parabéns pelo excelente texto e infelizmente hoje o evangelho se tornou um grande negócio com grandes empresários que manipulam a fé de muitos, negociam o que receberam gratuitamente esquecem de suas origens e propósito de suas vocações...um grande abraço.

Thai e Tom disse...

Aontes de mais naa, devo parabenizá-la pelo excelente espaço que você aqui. De fato, adorei a organização! \o/

Os textos também são bons! Gosto do tom de proximidade que você dá nas palavras. ^^

Obrigado pela visita no,

http://clavedelua.blogspot.com/

Abraços!

Maria Luiza Pereira disse...

Oi Amanda!!
Vim retribuir sua visita!!!
Seu blog tbm é muito interessante!!
Voltarei!!!
bjs

Uilma Simões disse...

De uma leveza perspicaz.
Lindo, mesmo. Tu passou pelo meu, e não me arrependo de ter passado por aqui.
Parabéns, linda, pela bela desenvoltura com as palavras. :*

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Aqui não se conta tudo, porque o tudo é um oco, é um nada. Se conta somente, e o somente não necessita de explicação.

Amanda Lemos